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sábado, 28 de agosto de 2010

Sociologia no Ensino Médio: aula de cidadania para estudantes

Eles ainda não votam, mas estão descobrindo o sentido e a força que o voto tem. A partir de uma tarefa de aula, que para muitos representaria apenas nota, alunos do 1º ano do ensino médio do Colégio São João Batista estão se interessando pela política.

Orientados pelo professor de Sociologia Lucas Caregnato, os 22 estudantes enviaram, por e-mail, questionários para deputados federais e estaduais e senadores candidatos à reeleição.


Entre as perguntas, a importância do voto e o preconceito que a maioria da população tem sobre os políticos. O professor acredita que só conhecendo quem está no poder e busca um cargo público é possível evitar a eleição de corruptos.


– Temos corrupção na política sim, mas também no Judiciário e em outras esferas. A questão é não eleger pessoas que sejam corruptas – entende.


Para Carolina Ullian, 15 anos, as respostas mostram ações positivas dos políticos, porém, ela reclama do excesso de propaganda que cada candidato faz de si próprio. A garota acredita que esse contato com parlamentares ajudará quando tiver o título eleitoral em mãos.


– A gente ganha uma preparação para votar – defende.


O passo seguinte será fazer um júri simulado, em que a política será a ré. A turma será dividida em acusação e defesa e caberá aos jurados decidirem se a política é culpada ou inocente. O tribunal deve ocorrer até metade de setembro.


– É para ver o lado positivo e negativo da política – diz Giovana Andrighetti (foto), 15.


Os alunos fizeram trabalhos sobre política durante o ensino fundamental, mas admitem estar mais envolvidos desta vez. Até passaram a assistir ao horário eleitoral gratuito, em função das aulas.


– Os candidatos têm bastante propostas, mas não dizem como vão fazer – reclama uma consciente Carolina.
Fonte:
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3020764,157,15388,impressa.html

domingo, 22 de agosto de 2010

O caos na educação: sociologia e filosofia contribuem para isso!


Tenho dito e repetido que o corporativismo é um dos grandes males do Brasil. Não é por mero preconceito que tenho insistido que, especialmente na educação, o corporativismo tem resultados desastrosos, não só pelo incitamento de ações reprováveis dos professores que agem sem observância dos males que causam à rede pública de escolas como, também , aos jovens estudantes e à Nação. Não se pode admitir que greves que se estendam por longos meses ao longo do ano escolar sejam instrumento reivindicatório dos docentes quando tal prática se repete todo o ano. Nem se pode admitir que interesses políticos e corporativistas propiciem reformulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sem que se leve em conta a factibilidade das reformulações nem se faça ponderação sobre a consonância destas transformações com a realidade e que têm resultados caóticos na qualidade da educação da juventude brasileira.

Veja-se, por exemplo, a introdução de filosofia e sociologia na grade curricular obrigatória do ensino médio. Ora, só se pode introduzir novas matérias na grade curricular reduzindo o número de horas-aula de outras matérias, inclusive das duas disciplinas básicas para o progresso do processo de aprendizado que são português e matemática. Além do mais, a introdução de sociologia e filosofia na grade curricular implica em maiores custos na medida em que se torna necessária contratação de professores para estas duas disciplinas.Ademais, em pequenas cidades não são encontráveis pessoas habilitadas à docência destas novas disciplinas. Mas foi exatamente a contratação de professores o motivo propiciador da introdução delas na grade curricular. Foi a pressão corporativista que fez tramitar exitosamente no Congresso Nacional o projeto de Lei introduzindo sociologia e filosofia na grade curricular obrigatória do segundo grau. Dá-se emprego a portadores de diplomas de sociologia e filosofia em detrimento de um ensino voltado para as necessidades básicas da vida do jovem que precisa estar habilitado para um emprego, para a continuidade dos estudos em nível superior ou escola de formação técnica onde filosofia e sociologia em nada influenciam.

O resultado do destrambelhamento do ensino fundamental e médio no Brasil é possível constatar pelo inchaço da grade curricular que, além de filosofia e sociologia, agora também conta com artes, música e até conteúdos como cultura afro-brasileira e indígena e direitos de crianças e adolescentes. Como se não bastasse, incluíram também, educação para o trânsito, direitos do idoso e meio ambiente. Só não há tempo para o que verdadeiramente interessa na educação fundamental e média que são as disciplinas básicas: português, matemática, história, geografia e ciências.
Texto: Didymo Borges

Considerações do BLOG Professores de Sociologia CEARÁ:
Senhor Didymo Borges seu texto carece de alguns esclarecimentos e complementos, que ao meu ver, foram ignorados resultando numa culpabilidade focada apenas nos profissionais da educação.
Ao que parece, fica mais fácil apontar para os professores que usam de seu direito constitucional, tanto para exigir uma educação de qualidade como de serem remunerados de forma digna e justa, do que realmente buscar de onde vêm tanto descaso por nossa educação. Serão os professores os principais responsáveis por nossa situação de analfabetismo funcional?
O corporativismo senhor Didymo Borges atua de forma abusiva na atual lógica econômica desumana que privilegia a praticidade sem questionamentos e nos conglomerados privados que forçam políticas públicas a não cumprirem suas responsabilidades perante a sociedade.
A implantação das disciplinas de Sociologia e Filosofia preenchem uma lacuna deixada pela própria LBD que priorizava o exercício da cidadania e da ética, algo que raramente percebemos na atual modernidade.
Ao que parece, sua intenção é apenas priorizar um estudo que apenas vise repor "peças" para o nosso mercado de trabalho, onde nossos jovens não tenham direito a reflexão ou mesmo que não se apropriem dos dispositivos legais para sua participação efetiva na esfera social.
Seria mais produtivo se o senhor questionasse a falta de investimento na educação básica e superior, os baixos salários que fazem com que a profissão de professor seja cada vez mais desvalorizada e desrespeitada, questionasse o currículo educacional que se mostra, hoje em dia, cada vez mais distante de uma nova forma de se ver o mundo.
Como o senhor pode perceber, existem coisas mais profundas e vitais a serem questionadas!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Emendas incham currículo escolar com novos conteúdos


Além de português, matemática, história, geografia e ciências, nos últimos três anos os alunos do ensino básico de todo o País se viram obrigados a estudar filosofia, sociologia, artes, música e até conteúdos como cultura afro-brasileira e indígena e direitos de crianças e adolescentes. Também incham o currículo escolar temas como educação para o trânsito, direitos do idoso e meio ambiente.
De 2007 até o mês passado, emendas incluíram seis novos conteúdos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação. Há ainda leis específicas, que datam a partir de 1997, que complementam a LDB. Outras dezenas de projetos com novas inclusões tramitam no Congresso. Esses acréscimos representam um desafio a todos os gestores, mas em especial aos da rede pública, onde a maioria dos alunos não consegue aprender satisfatoriamente português e matemática.
Na rede estadual de São Paulo, por exemplo, a Secretaria da Educação teve de cortar aulas de história no ensino médio em 2008 para cumprir a lei e aumentar as de filosofia e incluir sociologia na grade. Na época, os estudantes do período diurno tiveram uma redução de cerca de 80 aulas de história, na soma dos três anos letivos do ensino médio.
Paula Louzano, pesquisadora da Fundação Lemann, defende a discussão do currículo do ensino básico de forma integral como forma de combater os remendos na LDB, muitas vezes com tendências corporativistas. "Não sou contra as aulas de música, mas quero discutir o todo, não que cada grupo vá individualmente e faça pressão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lotação dos Professores de Sociologia na SEDUC


Mais uma fase do concurso SEDUC foi ultrapassada por nós professores de Sociologia do Estado do Ceará. Nos dias 16 e 17 de agosto nos encontramos para a Lotação e definição das escolas que iremos lecionar pelo menos nos próximos 3 anos de estágio probatório.


Apesar da tensão de terem sido ofertadas poucas vagas para a capital cearense, o clima não poderia ter sido melhor, com reencontros de antigos colegas e de amizades consolidadas pessoalmente, pois muitos só se conheciam via orkut.


Sobre a Lotação, ficou difícil para os colegas que ficaram acima da posição 50º no concurso, pois como era de se esperar, com uma carga horária de apenas 1 hora/aula para cada série do Ensino Médio, resultou numa acumulação de no mínimo 4  escolas para o fechamento das 100 ou 200 horas exigidas.


Aproveitando a oportunidade dessa reunião de professores de Sociologia, foi pegue o e-mail e telefone de quase 90% de todos presentes, para ser criada um local na NET que viabilize a troca de idéias e de mobilização de nós educadores comprometidos com uma educação de qualidade.


Ainda falta sair o edital para a perícia médica e por enquanto sem data prevista!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Concurso: Seduc divulga lista de convocados de Sociologia

Saiu finalmente o edital convocando todos os 117 professores de Sociologia para a Lotação nos dias 16 e 17 de agosto/2010. Acabou a angústia por falta de informações e de todos que tinham passado, mas não constava seus nomes no edital para a Lotação. A perícia médica vai ser confirmada depois com outro edital a ser publicado!
http://www.cespe.unb.br/concursos/seducce2009/arquivos/EDITAL_013_2010_CONVOCAO_SOCIOLOGIA.PDF

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sociologia para ensinar Educação Financeira?


A partir do mês de agosto, mais de 4 mil alunos do Ensino Médio do Rio de Janeiro receberão noções de consumo consciente. A iniciativa faz parte do Programa Educação Financeira nas Escolas, uma ação conjunta dos órgãos reguladores do Sistema Financeiro Nacional, que conta com recursos e orientação técnica do Banco Mundial (BIRD) e a participação de diversas entidades privadas e públicas.

A ideia da ação é introduzir o pensamento responsável em relação ao consumo e às finanças na sala de aula através de diferentes disciplinas como português, sociologia e matemática. Em todo o país, serão atendidas, no mínimo, 900 escolas da rede pública dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e do Distrito Federal. A partir destes ensinamentos, os alunos poderão controlar suas vidas financeiras e entender a repercussão social e ambiental de qualquer movimentação de capital.
Fonte: 
http://www.diariodopara.com.br/N-104657-EDUCACAO+FINANCEIRA+SERA+ENSINADA+NA+REDE+ESTADUAL.html

Considerações do BLOG Professores de Sociologia CEARÁ:
O que é mais contraditório nisso tudo é não ter um curso para os professores de Sociologia de como se sustentarem com o salário indigno oferecido a todos que trabalham na educação. (TECLA IRONIA LIGADA)
Outra coisa, é ver a disciplina de Sociologia no Ensino Médio ser usada como sendo de "mil e uma utilidades" e sendo empurrado todo tipo de programa que diz ter um "fim social" ou que seja visando uma "cidadania". Resta perguntar que cidadania estamos e devemos ensinar!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Livros didáticos de Sociologia para o Ensino Médio só em 2012


O governo federal executa três programas voltados ao livro didático: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). Seu objetivo é prover, gratuitamente, as escolas das redes federal, estadual e municipal e as entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado com obras didáticas de qualidade.

Já para o ensino médio, a distribuição envolve livros reutilizáveis de língua portuguesa, matemática, história, geografia, biologia, química e física. A novidade a partir de 2012 será o envio de livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol), filosofia e sociologia.
Fonte:
http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-livro-didatico

SEBRAE Nacional oferece vagas para Cientistas Sociais


O Sebrae Nacional abriu processo seletivo para 11 vagas de nível médio (assistente) e nível superior em várias áreas (analista técnico). As vagas são para Brasília. Os salários vão de R$ 2.238,53 a R$ 9.533,42.
Entre os cargos de nível superior há vagas para profissionais de biblioteconomia, com remuneração de R$ 3.988,77, para ciências humanas (R$ 6.593,85), para ciências econômicas, ciências sociais, engenharia, direito ou administração (R$ 9.533,42), para tecnologia da informação e comunicação (R$ 8.849,30), para direito com registro na OAB (R$ 6.593,85), para qualquer área de conhecimento (R$ 6.593,85), para áreas afins com a atividade de agronegócio (R$ 6.593,85) e para ciências contábeis, ciências econômicas, administração de empresas, direito e tecnologia da informação (R$ 6.593,85).
Confira o edital nesse link:
http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2010/08/sebrae-abre-concurso-para-11-vagas.html

sábado, 7 de agosto de 2010

Concurso SEDUC e Professores de Sociologia : datas de perícia médica e lotação ainda sem previsão

Os professores de Sociologia que passaram no Concurso Público SEDUC-CE, 2009 por incrível que pareça, ainda continuam preocupados e ansiosos como se estivessem nas fases eliminatórias de tal referido concurso, pois desde que um colega professor, conseguiu garantir sua vaga sub judice, o antigo edital com as datas da perícia médica foram retiradas e até esse momento (07/08) não foram mais publicadas.
O edital antigo marcava as datas de apresentação para a perícia médica nos dias 11,12 e 13 de agosto para apenas 73 candidatos, ou seja, ainda assim faltavam confirmar os 49 candidatos para que preenchesse o número total de convocados para a disciplina de Sociologia que são de 122 professores.
As ligações de vários colegas para a SEDUC e CESPE solicitando uma explicação e o novo edital se tornaram frustrantes ao se depararem com informações vagas e de pedidos de paciência, como se até agora não tivessem tido. Informam apenas, que na semana que se inicia no dia 09/08 deverá ter novidades, mas sempre fica a dúvida.

Muitos colegas moram no interior e em outros Estados o que dificulta sua locomoção e hospedagem para Fortaleza. Os professores de Sociologia pedem agilidade, tanto nas informações, como na divulgação das datas da perícia médica, pois passam por uma tensão desnecessária e que somente gera desgastes desnecessários.

O telefone da SEDUC para mais informações é: 31013937 
O edital antigo que constava as datas e os nomes de 73 candidatos pode ser baixado nesse link:
http://www.4shared.com/document/LJ0yv8ca/RELA____O_CANDIDATOS_APROVADOS.html

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Congresso Mundial de Sociologia aborda o meio ambiente


Os tempos que correm não estão para graças. O Congresso Mundial de Sociologia que decorreu este mês na Suécia deu um destaque indesmentível às questões ambientais, sobretudo às alterações climáticas, à sustentabilidade e aos processos de governança em tempos de crises uniformemente aceleradas. O mote foi logo abordado de início por Craig Calhoun, que passou o desfile das várias crises que se encavalitam e multiplicam e confluem na crise ambiental.
O pior, todavia, é a persistência cega em negá-la. Uma cegueira que, como pudemos ouvir com espanto, não hesita em chegar ao crime. O célebre 'climategate' deslindou-se e passou, mas deixou marcas. Sabemos hoje que os cientistas da Universidade de East Anglia (UEA) estavam certos. O que não sabíamos era que os interesses fundamentalistas do gate chegaram ao ponto de ameaçar individualmente os cientistas e suas famílias. Soubemo-lo por narrativas impressionantes de Tim O'Riordan, da UEA, bem como de Riley Dunlap, para outros casos nos Estados Unidos.
É assustador pensar na vulnerabilidade política do trabalho científico, mesmo nos contextos que julgaríamos mais lúcidos e mais livres. Sim, as condições sociais da produção do saber científico são-lhe decisivas a muitos títulos, como lembrou Steven Yearley, da Universidade de Edimburgo. E, acrescentaríamos, as condições éticas do trabalho jornalístico também. Por exemplo, factos enormes conseguem invisibilidades mágicas. Saskia Sassen, da Columbia University, alinhou uma coleção de factos monstruosos que têm deslizado discretamente para a realidade sem que a comunicação social tivesse dado pela sua dimensão. Lembro alguns, todos ligados à aquisição de extensões colossais de territórios por grandes interesses económicos, visando assegurar para si blocos de recursos essenciais: espaço, água e solo arável. No dia do apocalipse, salvam-se os condóminos destes resorts de sobrevivência; dos seus 'portões' para fora a humanidade sucumbe.
A Coca-Cola adquiriu na América Latina, em Chiapas, duas grandes reservas montanhosas de água potável, um recurso cada vez mais escasso. Os Emirados Árabes compraram já vastas terras aráveis ao Sudão para assegurar o cultivo de cereais. Companhias indianas fizeram-no noutros países africanos. Empresas sauditas e de outros países árabes negociaram no Paquistão centenas de milhares de hectares para a produção de alimentos e, no pacote, os serviços de 100 mil soldados do Exército local para protegerem o corredor da sua exportação. Os chineses e várias companhias europeias têm adquirido territórios nos países africanos para produção de biodiesel.
Há muitos interesses económicos a negar as alterações climáticas, mas, como vemos, há ainda mais a levá-las muito a sério e a tratar de reservar um 'salva-vidas'. Pelo sim e pelo não, e mesmo que isso signifique espoliar e deslocar as populações à força.
A ciência climática pode ter as suas heroicas incertezas, mas as dimensões sociais e humanas dos problemas ambientais, essas, rodeiam-na e atravessam-na por todos os lados de forma cada vez mais apertada: são factos sociais que estão no agravamento do atual efeito de estufa; são factos sociais as suas dramáticas consequências; são factos sociais que desencadeiam as dinâmicas de toda a crise. Em nenhuma situação se observa melhor a condição social dos problemas ambientais do que nas catástrofes. Nelas encontramos um recurso para avaliar e preparar a resposta à nossa futura e já presente, aliás, condição ambiental. Numa comunicação inspiradora, Raymond Murphy, da Universidade de Otava, lembrou o que podemos aprender sobre liderança pública em situações de catástrofe (usando casos como o do furacão 'Katrina' ou o do ainda vivo derrame da BP no Golfo do México).
E por falar em catástrofe, recordemos o sábio alerta de Tim O'Riordan para o erro sistemático na avaliação da nossa economia insustentável. É preciso começar a fazer as contas ao contrário. Fala-se sempre com dificuldade nas célebres "externalidades", mas elas ganham uma clareza adstringente quando se calcula o custo em tratamentos hospitalares e em trabalho não prestado pelas vítimas de uma afetação ambiental gerada por uma atividade que se autodispensou de avaliar as suas consequências. E não é só a saúde pública; são os próprios custos sociais. Em Inglaterra já há cálculos sobre o preço a que se eleva a produção de uma juventude rejeitada e lançada à celebração cultural das próprias abjeções onde é obrigada a viver. A sustentabilidade é isto também: não gerar custos sociais incomportáveis a pensar que, um dia mais tarde, as entidades públicas - com polícias, prisões e hospitais - virão fazer o 'trabalho sanitário social'.
Da China e da Índia as comunicações foram inúmeras: problemas sociais, ambientais e de saúde pública em crescendo. As consequências já as vivemos todos. A ocidentalização dos padrões de vida de centenas de milhões de cidadãos destes países pressiona os recursos naturais a um ponto de não retorno, como demonstrou Marina Fischer-Kowalski, da Universidade de Klagenfurt.
Ouvindo as reflexões de tantos cientistas e pensadores nestes oito dias intensivos de Congresso, é inevitável pensar no nosso país, na sua queda para a asneira e no trabalho a fazer já. Enquanto os tempos que correm ainda nos dão tempo. 

Sociologia precisa de equações, dizem prêmios Nobel em SP


Nada de estranho, dizem. Eles usam a teoria dos jogos --o estudo matemático sobre como pessoas escolhem estratégias--, e acham que ela será muito útil às ciências sociais neste século. 
"O tratamento matemático precisa de pressupostos claros, e isso leva a conclusões por consequência lógica", diz Robert Aumann, da Universidade Hebraica (Israel). 

"Com palavras, você se convence de qualquer coisa. A matemática promove uma disciplina de pensamento."
Nash, aos 82, esteve hoje na USP para o encontro que reuniu cientistas que trabalham com teoria dos jogos. Recuperado da esquizofrenia, diz que foi hospitalizado contra a vontade e ataca a eficácia do procedimento.
A área que Nash ajudou a fundar permite comparar, por exemplo, tipos de votação. Se as pessoas votam em apenas um deputado, é mais fácil ser eleito com um discurso específico, focado em um grupo de eleitores (defendendo direitos gays ou maiores salários para policiais).
Se os eleitores fazem uma lista com três nomes, é preciso o triplo de votos para vencer. Discursos de interesse geral (como crescimento econômico ou menos impostos) tendem a ter mais sucesso.
Nesse caso, é fácil prever o resultado da modelagem matemática. Em sistemas sofisticados, os resultados de mudanças nas regras do jogo são mais imprevisíveis. A matemática, aí, faz previsões que a reflexão não atinge. 

A ideia não é desprezar as ciências sociais, diz Roger Myerson, da Universidade de Chicago. "Li autores de política. Ele mostram quais questões institucionais importantes estudar." Ele pesquisou a República de Weimar, da Alemanha pré-Segunda Guerra. O sistema político era generoso com quem adotasse estratégias autoritárias. Nash diz que gostou do filme sobre sua vida, mas que ele não é fidedigno. A cena em que está no bar e as garotas do local o fazem ter um insight é invenção do roteirista. "E ele ganhou um Oscar."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/777376-sociologia-precisa-de-equacoes-dizem-premios-nobel-em-sp.shtml