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sábado, 29 de junho de 2013

Anonymous quem?



Uma dica de texto para trabalhar em sala de aula os Movimentos Sociais. O interessante é que além explicar o movimento mundial conhecido como Anonymous, o texto cita rapidamente o movimento americano Occupy Wall Street e os levantes da Primavera Árabe o que vai proporcionar uma pesquisa bem interessante para relacionar com nosso atual contexto de protestos e reivindicações. 

Anonymous quem?

Por Juliana Sayuri em 25/06/2013 na edição nº 752
Reproduzido do Estado de S.Paulo, 22/6/2013; intertítulo do OI

Rosto branco, fino e ovalado, bochechas rosadas, cavanhaque estilo cafajeste e bigode debochado, olhos puxadinhos, sobrancelhas arqueadas e um sorriso de Monalisa um tanto cruel e sarcástico. Esse personagem poderia ser eu, poderia ser você, poderia ser a torcida do Corinthians acampada no Zuccotti Park em euforia semelhante à primeira conquista da Libertadores. Você já viu esse rosto. Seria um personagem esquecido, fosse tão identificável quanto um discreto Wally perdido nas coloridas multidões. Ao contrário, porém, tem uma face muitíssimo pop: Guy Fawkes (1570-1606).
E Fawkes marcou presença no Brasil nesses dias, em duas vertentes. Por um lado, a máscara do soldado inglês catapultada pelo hollywoodiano V de Vingança (2006) estrelou um punhado de fotografias no Facebook, no Instagram e na imprensa, durante as diversas agitações sociais efervescentes no País. Estava diluído entre os manifestantes na rua. Na segunda-feira, uma manifestação histórica. Na quinta, uma festa estranha com gente esquisita. Uns com balaclavas coloridas, outros com lenços palestinos forjados na Bolívia, muitos com o rosto à mostra (e às vezes a tapa). Também estavam presentes uns que se querem os novos caras-pintadas, com guache verde e amarelo feito blush nas maçãs, e outros que, fanfarrões, brandiam cartazes com os dizeres V de Vinagre, uma referência ao “subversivo” ácido acético proibido na manifestação paulistana do Movimento Passe Livre na semana passada. Mas, cara-pálida, uma figurinha realmente carimbada nas últimas manifestações foi “V”. No Rio, a máscara de feições sinistras custava R$ 20 na semana passada – agora, o hit tem preço promocional de R$ 10. Há até uma versão tupiniquim, com o rosto pincelado na cor amarelo ovo. Na terça-feira, ambulantes paulistanos venderam 500 máscaras a R$ 10, valor tabelado, dizem, em questão de minutos. Item versátil, encaixou-se nas diversas e difusas causas mostradas pelos cartazes de jovens e não tão jovens brasileiros que desfilaram em várias capitais. Tão eclético o acessório que até gente fina, elegante e sincera – alô, chics – aderiu ao disfarce fashion feito de plástico. Fawkes é o novo Che?
Por outro lado, “V” tem outra faceta fora do “mundo real”. Vestindo o mesmo disfarce pop, pipocou na terça-feira uma inusitada mensagem do Anonymous Brasil. São os hackativistas – sonoro neologismo para “hacker + ativista”, não consta no Houaiss mas pode confiar que a expressão existe – que invadiram o Instagram da presidente e o Twitter de uma poderosa revista dias atrás. Diz o início da mensagem de 1 minuto e 45 segundos postado no YouTube: “Seremos simples e diretos. As mídias de rádio e TV dizem que não temos uma causa específica. Isso pode enfraquecer o movimento. Só a diminuição do valor das passagens de transportes públicos não nos satisfazem, mas realmente temos que saber por onde começar um novo Brasil”, com música de suspense ao fundo, tom azulado nas imagens trepidantes e voz grossa digitalmente alterada, tal qual os discursos do movimento propagados em outros idiomas. Desta vez, os mascarados brasileiros pretendem pautar cinco metas específicas para as novas manifestações:
“1º. Não à PEC 37; 2º. Saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional; 3º. Imediata investigação e punição de irregularidades nas obras da Copa do Mundo, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal; 4º. Queremos uma lei que torne corrupção no Congresso crime hediondo; 5º. Fim do foro privilegiado, pois ele é um ultraje ao Artigo 5º da nossa Constituição”.
“Somos todos”
Wish list política à parte, o mesmo semblante do Anonymous no Brasil e no mundo, Guy Fawkes, já é um símbolo – para não dizer um clichê – de diversos movimentos. Do outono americano no Occupy Wall Street aos levantes da Primavera Árabe, o herói folk do século 17 se tornou um ícone para esses movimentos “horizontais” e sem líderes. Em Londres, em 2011, Julian Assange também vestiu a máscara por uns minutos – mas a polícia mui gentilmente pediu para que o fundador do WikiLeaks a retirasse, pois a lei britânica não permite “anonimato público”. Em Istambul e Paris, em 2013, batata: lá estavam as benditas vendettas mais uma vez.
Muitas máscaras foram feitas desde que a HQ inglesa V for Vendetta, assinada pelo escritor Alan Moore e pelo ilustrador David Lloyd na década de 1980, ganhou uma versão cinematográfica em 2006 pela Warner Brothers (aliás, The New York Times alertou aos rebeldes que, durante as convulsões sociais nos idos de 2011, as máscaras pretensamente anarquistas, made in China e no México, contribuíram parcialmente para o lucro de US$ 28 bilhões da gigante americana Time Warner, que detém os direitos da ilustração), mas foram os hackers do Anonymous que lhe deram destaque internacional, com protestos por volta de 2008. De lá para cá, o símbolo fez sucesso nas diversas manifestações sociais mundo afora e também noutras arenas menos politizadas em diferentes hemisférios, como Halloween e Rock in Rio. E, no último baile dos mascarados brasileiros, todo mundo quis tirar sua casquinha com as manifestações. 
Mas Guy Fawkes, o rosto por atrás da misteriosa máscara, você deve se lembrar, tem uma história controversa. Foi o soldado católico que tentou explodir o Parlamento britânico no dia 5 de novembro de 1605, na tal Conspiração da Pólvora. A ideia era derrubar o rei protestante, os parlamentares e a nobreza do chá das 5. Expert em explosivos, o soldado de 35 anos era o responsável pelos 36 barris de pólvora. Mas o complô católico vazou, o golpe fracassou e Fawkes, acusado de traição, preso e torturado, se suicidou para escapar da “forca” – na verdade, condenados à morte, Fawkes e os outros conspiradores seriam estripados, esquartejados e depois decapitados, quer dizer, uma baita tranquilidade na hora de descansar em paz.
Da pólvora ao vinagre, o símbolo de Guy Fawkes continua zanzando por aí, na rua e na internet. Uns gostam do pop appeal. Outros preferem mostrar a cara limpa, que máscara o quê, quem precisa se esconder, etc. Atualmente, diferentes ideias e imagens se incorporam a essa moderna personalidade anônima: anarquistas, anti-heróis, baderneiros, justiceiros, rebeldes, revolucionários, terroristas, Deus e o diabo. Não é possível definir quem são e onde estão, mas dá para dizer que andam incomodando muito gente.
Nos próximos dias, o Anonymous Brasil pretende liderar manifestações em prol das tais cinco causas. Na noite de quinta-feira (20/6), a página do movimento foi derrubada no Facebook, desaparecendo sem deixar rastros. Em resposta ao sumiço misterioso, um dos anônimos criticou a possível censura. E esclareceu para confundir: “Não somos uma organização. Sou você. Sou fake. Sou real. Somos todos. Não somos ninguém. Somos uma ideia”.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

CONVITE - 1ª Reunião sobre o PROJETO de criação de uma laboratório de ensino de Sociologia no Ceará.


Compartilho o PROJETO  de criação de uma laboratório de ensino de Sociologia enviado pela professora Rose Almeida (UECE). Ela cita:

"Nós da UECE (Universidade Estadual do Ceará), estamos tentando criar um Laboratório de Ensino de Sociologia que fuja da configuração só acadêmica e seja mais experimental e próxima de atividades dos professores da rede estadual. Enfim, fizemos uma minuta de projeto já que tem que passar pelas instâncias da Universidade. Mas queremos que seja um Laboratório também dos professores do ensino médio. Neste sentido, peço que, se houver interesse, que nos enviem sugestões, críticas, intervenções e correções nesta Minuta, com propostas de linha e ações mais voltadas para seus interesses".

Nossa 1ª reunião será na sexta feira 28/06/13 as 18 horas na UECE no Centro de Humanidades, na Av. Luciano Carneiro, entrada pela lateral. Procurar a sala do PIBID Ciências Sociais e de Filosofia.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Relevância de Sociologia e Filosofia cresce no Enem; veja o que estudar.


Sancionada em 2008, a lei que torna obrigatório o ensino de sociologia e filosofia nas escolas do último nível da educação básica vem mudando o perfil das provas de humanas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Agora com maior relevância, as duas disciplinas relacionam problemas da atualidade com os conteúdos teóricos.
Prova disso é que o Enem 2012 contou com oito questões de natureza filosófica e seis de natureza sociológica, de acordo com o professor Leonardo Oliveira de Vasconcelos, professor de filosofia e sociologia do colégio Magnum Cidade Nova, de Belo Horizonte, o que representa quase um terço da prova de humanidades.

Filosofia

"Em filosofia, o perfil das questões do exame envolve habilidades de conhecimento em relação aos períodos históricos", diz. "Não é o fato pelo fato, mas sim qual é a importância do fato filosófico para a história da humanidade". Na hora de estudar, Heitor Henriques Sayeg, professor de sociologia da Oficina do Estudante, recomenda muita leitura. "O aluno tem de ter um conhecimento curricular bem amplo, mas ele precisa de uma percepção muito clara de como relacionar os conteúdos, por isso ler é fundamental. Tem que procurar estar bem informado". Contudo, conhecer os conceitos é insuficiente para enfrentar a prova. "O estudante não tem que saber apenas o que o filósofo pensa ou de que época ele é, mas também compreender o desdobramento filosófico de uma situação que ele já havia problematizado e que estamos vivendo agora", diz o professor.

Sociologia

Sayeg concorda com o docente do colégio Magnum em relação aos possíveis temas da prova da disciplina no Enem (veja abaixo). "Acredito que o exame foca bastante na política, no que diz respeito a movimentos sociais, estado e sociedade civil e representações culturais", afirma. Ele acrescenta que a dificuldade pode estar na falta de costume dos alunos em estudar essas disciplinas de humanas. "Não acho a prova difícil. Ela é trabalhosa de se fazer, porque ainda não existe uma cultura de se estudar filosofia e sociologia como se estuda as outras matérias", analisa.

Temas que podem cair

A pedido do UOL, Vasconcelos, do colégio Magnum, elaborou uma lista com os conteúdos que mais caem no Enem em filosofia e sociologia; confira:
Filosofia antiga: Sócrates, Platão e Aristóteles (concepção de ética e política de um deles);
Filosofia medieval: São Tomás de Aquino (questão da relação da fé e a razão);
Filosofia moderna: Maquiavel (suas concepções no campo da política), Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau (estado de natureza, contrato social e estado de sociedade para cada um) e Immanuel Kant;
Filosofia contemporânea: Michel Foucault;
Sociologia: Movimentos sociais, socialização, surgimento das instituições, questão da cultura, estratificação da sociedade, papel social da educação, pobreza e desenvolvimento, e clássicos: Auguste Comte (visão ao positivismo), Karl Marx e Jürgen Habermas.

Vasconcelos lembra que questões sobre cidadania e política, ética, liberdade e trabalho durante a história da humanidade também são amplamente abordadas no Enem em filosofia.

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/educacao/2013/06/20/relevancia-de-filosofia-e-sociologia-cresce-no-enem-veja-o-que-estudar.htm

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Garantidas as vagas de Sociologia para o concurso público para professores no Ceará.



A reunião da Comissão de professores da educação básica e das universidades do Ceará com a Coordenação do Concurso Público foi respeitosa, porém tensa. Inicialmente imaginamos que iríamos apenas discutir a quantidade de vagas, pois considerávamos que a Coordenação do Concurso da SEDUC-CE iria apenas retificar a grave falha de não ter incluído a disciplina de Sociologia. O que ocorreu foi um debate de aproximadamente 2 horas com explanações técnicas e questões político-educacionais sobre a importância da Sociologia para o ensino Médio e principalmente o que essas vagas significavam para o incentivo na formação de mais professores de Sociologia que aguardavam ansiosamente as vagas para esse concurso. Da parte da comissão da SEDUC-CE vinha o sinal claro que não havia "interesse" ou nesse caso "vagas" para professores de Sociologia. Apesar de sairmos com a garantia que no edital do concurso (que saiu sexta-feira dia 07/06) a disciplina Sociologia constará no edital. Foi-nos dito que poucas vagas apareceriam, o que foi confirmado adiante com as mínimas 15 vagas. 
Saímos porém, com algumas reflexões que necessitam ser pautadas:

1) A comissão de Sociologia conseguiu impedir o descaso e o desrespeito de não ofertarem vagas para a referida disciplina. 
2) Uma real necessidade de reunião e união dos professores licenciados em Sociologia para não perdermos a identidade de nossa disciplina. 
3) Rever a questão de professores de outras áreas pegarem a disciplina como complemento de carga horária. 
4) Sentimos falta de outras comissões de outras disciplinas que foram prejudicadas com poucos vagas fazerem corpo nessa pressão contra essa desproporção de vagas por disciplinas.

Edital do Concurso Público para Professor no estado do Ceará:
http://www.cespe.unb.br/concursos/SEDUC_CE_13/

Sociologia "esquecida" no concurso público no estado do Ceará - VERGONHA!


Fomos informados durante o III ENESEB que, no pronunciamento da Secretária de Educação do Estado do Ceará no dia 31 de maio de 2013, sobre o Edital do Concurso Público para provimento de vagas para professores efetivos da rede pública estadual, não constavam vagas para a disciplina de Sociologia. O Edital será divulgado no dia 7 de junho de 2013. Tal fato resultou em reação indignada de todos os presentes no evento, na realização de um abaixo-assinado com aproximadamente 340 assinaturas e na formação de uma comissão de professores da rede básica do Estado do Ceará e de professores das Universidades deste estado, para participar de uma reunião com representantes da comissão de concurso público da SEDUC e reivindicar a inclusão da Sociologia no Edital. A reunião foi acompanhada por representantes do sindicato dos professores do Ceará, às 14h do dia 3 de junho de 2013, logo após encerramento do evento. A justificativa para a não inclusão da Sociologia no concurso por parte da SEDUC foi o levantamento realizado sobre a carência definitiva de professores em cada disciplina, que resultou em uma vacância total de apenas 200h (que podem ser preenchidas por apenas cinco professores com 40h). Questionamos imediatamente, por meio de documentos da própria SEDUC sobre dados de carência de professores desde o último concurso realizado em 2009, a saber: havia 6.280 (seis mil e duzentos e oitenta) horas de carência, mas apenas 3.020 (três mil e vinte) foram preenchidas pelos 82 (oitenta e dois) aprovados nesse concurso, logo, ainda existe vacância de 3.260 (três mil duzentos e sessenta) horas – o que equivale a 81 (oitenta e um) professores com carga horária semanal de 40h. Questionamos também sobre a obrigatoriedade da Sociologia no ensino médio desde 2008, que demanda necessariamente um número mais expressivo de professores formados na área e sobre o p ossível mascaramento desta carência definitiva, tendo em vista que muitos professores que ocupam o horário da Sociologia são de outras áreas de conhecimento. Depois de debate houve o compromisso da comissão da SEDUC de fazer um novo levantamento de carências atuais para inclusão de vagas de Sociologia. Entretanto, também foi afirmado por parte da SEDUC que não haveriam muitas vagas. Solicitamos rever esta posição no sentido de contemplar efetivamente a disciplina em sua carência real.

3º ENESEB - Encontro Nacional de Professores de Sociologia da Educação Básica.


Foi realizado o ENESEB(Encontro Nacional sobre o Ensino de Sociologia na Educação Básica), um evento nacional que está na sua terceira edição e se propõe a discutir os rumos da disciplina de Sociologia na escola, assim como a formação do professor e o papel da Universidade nesse processo.
Participaram deste encontro, professores, universitários de todo o país, estudantes de licenciatura de universidades públicas e privadas e professores da rede básica de todo o território nacional. Aproximadamente 600 pessoas estiveram nesse evento, sendo grande a participação dos professores da rede básica cearense e dos alunos dos cursos universitários da UFC, UECE, URCA e UVA. No ano de 2013, o Encontro discutiu o papel da universidade na formação de profissionais que lidem com os desafios postos no século XXI, tendo como tema central a Juventude e o Ensino Médio. Um dos destaques do evento foi o Encontro Nacional do Programa Institucional de Iniciação à Docência de Sociologia no qual licenciandos, professores da educação básica e professores universitários tiveram oportunidade de compartilhar experiências vivenciadas nas escolas públicas do país.
O ENESEB aconteceu em Fortaleza, na Universidade Federal do Ceará (Campus do Benfica) nos dias 31 de maio a 03 de junho e contou com palestras, mesas-redondas, oficinas, GT’s, exibição de documentários e atividades culturais.
Mais informações no site do evento: http://www.eneseb.com.br/