Seguidores

domingo, 22 de agosto de 2010

O caos na educação: sociologia e filosofia contribuem para isso!


Tenho dito e repetido que o corporativismo é um dos grandes males do Brasil. Não é por mero preconceito que tenho insistido que, especialmente na educação, o corporativismo tem resultados desastrosos, não só pelo incitamento de ações reprováveis dos professores que agem sem observância dos males que causam à rede pública de escolas como, também , aos jovens estudantes e à Nação. Não se pode admitir que greves que se estendam por longos meses ao longo do ano escolar sejam instrumento reivindicatório dos docentes quando tal prática se repete todo o ano. Nem se pode admitir que interesses políticos e corporativistas propiciem reformulação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sem que se leve em conta a factibilidade das reformulações nem se faça ponderação sobre a consonância destas transformações com a realidade e que têm resultados caóticos na qualidade da educação da juventude brasileira.

Veja-se, por exemplo, a introdução de filosofia e sociologia na grade curricular obrigatória do ensino médio. Ora, só se pode introduzir novas matérias na grade curricular reduzindo o número de horas-aula de outras matérias, inclusive das duas disciplinas básicas para o progresso do processo de aprendizado que são português e matemática. Além do mais, a introdução de sociologia e filosofia na grade curricular implica em maiores custos na medida em que se torna necessária contratação de professores para estas duas disciplinas.Ademais, em pequenas cidades não são encontráveis pessoas habilitadas à docência destas novas disciplinas. Mas foi exatamente a contratação de professores o motivo propiciador da introdução delas na grade curricular. Foi a pressão corporativista que fez tramitar exitosamente no Congresso Nacional o projeto de Lei introduzindo sociologia e filosofia na grade curricular obrigatória do segundo grau. Dá-se emprego a portadores de diplomas de sociologia e filosofia em detrimento de um ensino voltado para as necessidades básicas da vida do jovem que precisa estar habilitado para um emprego, para a continuidade dos estudos em nível superior ou escola de formação técnica onde filosofia e sociologia em nada influenciam.

O resultado do destrambelhamento do ensino fundamental e médio no Brasil é possível constatar pelo inchaço da grade curricular que, além de filosofia e sociologia, agora também conta com artes, música e até conteúdos como cultura afro-brasileira e indígena e direitos de crianças e adolescentes. Como se não bastasse, incluíram também, educação para o trânsito, direitos do idoso e meio ambiente. Só não há tempo para o que verdadeiramente interessa na educação fundamental e média que são as disciplinas básicas: português, matemática, história, geografia e ciências.
Texto: Didymo Borges

Considerações do BLOG Professores de Sociologia CEARÁ:
Senhor Didymo Borges seu texto carece de alguns esclarecimentos e complementos, que ao meu ver, foram ignorados resultando numa culpabilidade focada apenas nos profissionais da educação.
Ao que parece, fica mais fácil apontar para os professores que usam de seu direito constitucional, tanto para exigir uma educação de qualidade como de serem remunerados de forma digna e justa, do que realmente buscar de onde vêm tanto descaso por nossa educação. Serão os professores os principais responsáveis por nossa situação de analfabetismo funcional?
O corporativismo senhor Didymo Borges atua de forma abusiva na atual lógica econômica desumana que privilegia a praticidade sem questionamentos e nos conglomerados privados que forçam políticas públicas a não cumprirem suas responsabilidades perante a sociedade.
A implantação das disciplinas de Sociologia e Filosofia preenchem uma lacuna deixada pela própria LBD que priorizava o exercício da cidadania e da ética, algo que raramente percebemos na atual modernidade.
Ao que parece, sua intenção é apenas priorizar um estudo que apenas vise repor "peças" para o nosso mercado de trabalho, onde nossos jovens não tenham direito a reflexão ou mesmo que não se apropriem dos dispositivos legais para sua participação efetiva na esfera social.
Seria mais produtivo se o senhor questionasse a falta de investimento na educação básica e superior, os baixos salários que fazem com que a profissão de professor seja cada vez mais desvalorizada e desrespeitada, questionasse o currículo educacional que se mostra, hoje em dia, cada vez mais distante de uma nova forma de se ver o mundo.
Como o senhor pode perceber, existem coisas mais profundas e vitais a serem questionadas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário