O Estado do Ceará está empossando no ensino médio três mil professores aprovados em concurso público, para preencher as vagas ocupadas atualmente por professores temporários e as resultantes de aposentadorias e desistências da carreira. Esse nível de ensino concentra, no País, um dos maiores embaraços do sistema público, em razão da elevada presença de professores sem a qualificação exigida - a licenciatura plena - e do desestímulo resultante dos baixos níveis de salários.
A crise é séria, a ponto de o Conselho Nacional de Educação alertar para a possibilidade de um possível apagão, diante do déficit de 245 mil profissionais desse nível de ensino, especialmente das disciplinas Química, Física, Matemática e Biologia.
Há outras implicações no mercado específico de trabalho. Pelo último Censo Escolar, dos 461.542 professores do nível médio, com atuação em sala de aula, apenas 228.625 (49,5%) ministram uma só disciplina.
O Ministério da Educação tem procurado minimizar o problema, conseguindo, em parte, alguns avanços. Nos últimos sete anos, cresceu em 84% o número de universitários graduados em cursos de licenciatura nessas quatro disciplinas. Este número, entretanto, está bem distante de eliminar o déficit existente, estimado em 100 mil docentes sem formação específica atuando nas áreas de ciências.
Nos últimos anos, cresceu a preferência dos universitários pelos cursos de licenciatura plena nas quatro disciplinas básicas das áreas de ciências matemáticas, físicas, químicas e biológicas, em parte, por conta da bolsa de estudo de R$ 400,00 oferecida a cada aluno, durante o curso. Não há, contudo, estímulo para o magistério, diante de um piso salarial de R$ 1.000,00, quando os concludentes dispõem de bolsas para o mestrado, no valor de R$ 1.300,00, com melhores perspectivas de trabalho em relação ao ensino público.
A qualidade da aula depende da formação do professorado. Enquanto os cursos superiores graduaram para o mercado de trabalho, nas quatro licenciaturas, nos últimos anos, 39,8 mil professores, somente em Física há um contingente de 33 mil docentes improvisados. Poucos optaram pela carreira docente, diante do salário irrisório. O mesmo fenômeno ocorreu com os licenciados em Matemática, Biologia e Química. A carreira de pesquisador é muito mais atrativa.
No Ceará, a situação não é diferente. A rede estadual oferece 382 mil matrículas de nível médio, distribuídas por 642 escolas. Há carências no currículo formado por disciplinas como História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Matemática, Física, Biologia, Química, Língua Inglesa, Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Artes e Educação Física.
No seio do alunado, os conflitos entre o padrão de formação escolar e a mão-de-obra exigida pelo mercado de trabalho provocam elevado índice de evasão. A escola média, no País, deveria ser, essencialmente, profissionalizante, diversificada pelos inúmeros ramos de atividades laborativas, oferecidas pelos postos de trabalho. Esse contraste gera um quadro entre a demanda de emprego e a ausência de qualificação adequada para ocupá-lo. A crise exige ampla reforma estrutural.
A crise é séria, a ponto de o Conselho Nacional de Educação alertar para a possibilidade de um possível apagão, diante do déficit de 245 mil profissionais desse nível de ensino, especialmente das disciplinas Química, Física, Matemática e Biologia.
Há outras implicações no mercado específico de trabalho. Pelo último Censo Escolar, dos 461.542 professores do nível médio, com atuação em sala de aula, apenas 228.625 (49,5%) ministram uma só disciplina.
O Ministério da Educação tem procurado minimizar o problema, conseguindo, em parte, alguns avanços. Nos últimos sete anos, cresceu em 84% o número de universitários graduados em cursos de licenciatura nessas quatro disciplinas. Este número, entretanto, está bem distante de eliminar o déficit existente, estimado em 100 mil docentes sem formação específica atuando nas áreas de ciências.
Nos últimos anos, cresceu a preferência dos universitários pelos cursos de licenciatura plena nas quatro disciplinas básicas das áreas de ciências matemáticas, físicas, químicas e biológicas, em parte, por conta da bolsa de estudo de R$ 400,00 oferecida a cada aluno, durante o curso. Não há, contudo, estímulo para o magistério, diante de um piso salarial de R$ 1.000,00, quando os concludentes dispõem de bolsas para o mestrado, no valor de R$ 1.300,00, com melhores perspectivas de trabalho em relação ao ensino público.
A qualidade da aula depende da formação do professorado. Enquanto os cursos superiores graduaram para o mercado de trabalho, nas quatro licenciaturas, nos últimos anos, 39,8 mil professores, somente em Física há um contingente de 33 mil docentes improvisados. Poucos optaram pela carreira docente, diante do salário irrisório. O mesmo fenômeno ocorreu com os licenciados em Matemática, Biologia e Química. A carreira de pesquisador é muito mais atrativa.
No Ceará, a situação não é diferente. A rede estadual oferece 382 mil matrículas de nível médio, distribuídas por 642 escolas. Há carências no currículo formado por disciplinas como História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Matemática, Física, Biologia, Química, Língua Inglesa, Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Artes e Educação Física.
No seio do alunado, os conflitos entre o padrão de formação escolar e a mão-de-obra exigida pelo mercado de trabalho provocam elevado índice de evasão. A escola média, no País, deveria ser, essencialmente, profissionalizante, diversificada pelos inúmeros ramos de atividades laborativas, oferecidas pelos postos de trabalho. Esse contraste gera um quadro entre a demanda de emprego e a ausência de qualificação adequada para ocupá-lo. A crise exige ampla reforma estrutural.
Fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=849155
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